Um ano depois, relembre as principais conquistas da Copa do Mundo da França
Futebol feminino não dá audiência e mulher não sabe e não entende de futebol foram alguns mitos quebrados pelo torneio de 2019
Em um tempo onde o futebol era proibido para mulheres, é impensável imaginar uma Copa do Mundo de futebol feminino como um divisor de águas para elas praticarem o esporte: mas esse Mundial existiu e fez história em junho de 2019.
Um ano depois, notamos como o torneio conquistou avanços para o desenvolvimento da modalidade, não só a nível de investimentos e visibilidade, mas também para a quebra de paradigmas que permitiu a mulheres de todos os estilos, classes e cores, a prática do futebol sem conceitos pré-definidos e estereótipos marcados.
Foi na França, um ano atrás que, pela primeira vez na história da TV brasileira, canais abertos e com grande audiência, como a Rede Globo, televisionaram os jogos e deram amplo espaço para as notícias e jogos da competição.
Dos muitos recordes emplacados pelo futebol feminino no Brasil, a projeção midiática é um deles. Durante o jogo Brasil e França nas oitavas de final, 35 milhões de pessoas assistiram a transmissão, foi a maior audiência da história do torneio em todo o planeta.
Os dados oficiais da Fifa mostram ainda que 19,7 milhões de brasileiros acompanharam Brasil e Jamaica. Já em plena terça-feira num horário útil para os brasileiros, a partida da Seleção Brasileira contra a Itália contabilizou 22,6 milhões de espectadores na audiência.
A Copa do Mundo de 2019 também marcou época ao mostrar o talento delas em campo. Foi durante a disputa que a rainha Marta marcou o gol da vitória do Brasil contra a Itália, o seu 17º gol em Mundiais. Com isso, ela se tornou a maior artilheira da história das Copas do Mundo, ultrapassando o alemão Miroslav Klose.
Mesmo 365 dias depois, ainda vibramos ao lembrar do golaço da Cris contra a Jamaica ou da Megan Rapinoe marcando contra a França. Foram lances e tabelas inesquecíveis para o futebol feminino fazer inveja e deixar aquela nostalgia em todos que acompanharam e se emocionaram com uma Copa memorável.
E para finalizar com chave de ouro esse texto, lembramos que foi também no Mundial feminino da França que, grandes marcas e empresas, começaram a notar o futebol com mulheres como um nicho crescente, com cada vez mais potencial e espaço.
Grandes nomes como Nike, Adidas, Coca-Cola, Guaraná Antártica, Brahma, entre outras, lançaram campanhas, desafios e patrocínios que foram essenciais para mostrar o futebol feminino como uma categoria de apaixonadas pelos dribles, gols e lances, um mundo que tem se tornado cada vez mais democrático e que construirá a geração do amanhã, de meninas que poderão jogar futebol sem medo e sem censura.
Comemoramos hoje esse 1 ano de novos olhares e novas conquistas pelo futebol feminino. Vem muito mais pela frente, mas por enquanto, seguimos celebrando a bola em campo cada vez mais perto de todos e todas, como sempre deveria ter sido.