Futebol Feminino

Representatividade importa muito para o futuro do futebol feminino

Representatividade importa muito para o futuro do futebol feminino

É preciso que outras Martas se destaquem para que meninas e suas famílias comecem a ver o futebol como todos os outros, sinônimo de saúde e igualdade

Pouquíssimas vezes paramos para pensar sobre os avanços que a representatividade proporciona para a nossa sociedade a longo prazo. Os exemplos no esporte são inúmeros: Diego Hypolito mostrando que homem pode praticar ginástica artística, N’Golo Kanté provando para o mundo que um catador de lixo pode virar ídolo internacional e a rainha Marta, abrindo caminhos para outras meninas e mostrando que futebol pode ser coisa de mulher, sim.

Representatividade importa e muito para que o futuro do futebol feminino seja como o de outros esportes, sinônimo de saúde, determinação e igualdade. Para isso, precisamos de exemplos como o de Marta, uma jogadora que bateu recordes antes nunca vistos nem no futebol masculino.

Eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, a rainha é engajada em uma campanha por igualdade no esporte. Como embaixadora da ONU Mulheres, ela participa de eventos sobre empoderamento feminino e, durante a Copa, abraçou de vez a campanha por equiparação salarial das atletas.

Sem Marta – antes da grande representatividade trazida por ela ao futebol feminino – tudo era mais difícil para a categoria. Mulheres eram julgadas por praticarem “esportes ditos de homem”, a escolha da modalidade estava diretamente relacionada à opção sexual da atleta, além do preconceito da mídia e da publicidade que nem perto chegavam de transmissões e campanhas para o segmento.

Quando Cristiane vai a público defender a valorização do futebol feminino e romper estereótipos no futebol feminino, isso é representatividade. Quando Megan Rapinoe é eleita a melhor jogadora do mundo, isso é representatividade. Quando a jogadora do Atlético de Madrid, Ludmila, representa a beleza e a competência da mulher negra no futebol, isso também é representatividade.

Mas afinal, o que a representatividade agrega de modo geral para o futebol feminino? Tudo! É ela que não deixará pais e mães olharem torto para suas filhas quando elas pediram para jogar futebol, é ela que fará meninos e meninas jogarem juntos sem bullying e sem preconceito. É a representatividade que incentivará grandes jogadoras a se tornarem novas Martas, novas Cristianes, novas Megans e novas Ludmilas.

É a representatividade que constrói pontes para que no futuro do futebol feminino, não haja mais muralhas, apenas milhares de meninas, mulheres e jogadoras, praticando o esporte sem julgamentos, sem explicações, sem apontamentos.

Todas em campo com muita integridade, muita determinação e muita quebra de paradigmas, como todas têm feito até aqui. Afinal de contas, não deveríamos ter que lembrar sempre, mas enquanto não há representatividade o suficiente, lugar de mulher é onde ela quiser e em cima de um gramado com uma chuteira a postos pode e deve ser um deles.

Vamos jogar juntas?

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