Futebol Feminino

A crise do coronavírus já prejudica o futebol feminino

A crise do coronavírus já prejudica o futebol feminino

Demissões e salários atrasados compõem as dificuldades que a pandemia pela COVID-19 tem representado para as atletas da modalidade

Desde que o coronavírus chegou ao Brasil e todos tiveram que se isolar em quarentena, inclusive os times de futebol profissional, muitas dificuldades têm ameaçado o desenvolvimento da modalidade.

Demissões, cortes de salário e remunerações em atraso têm assustado ainda mais as jogadoras, que já convivem com obstáculos diversos, como a falta de valorização e incentivo, poucos patrocínios e escasso interesse da mídia em cobrir iniciativas no futebol feminino.

Logo no início da pandemia, a CBF anunciou a destinação de R$ 120 mil para equipes da série A1 e R$ 50 mil para equipes da série A2, como incentivo para a continuação dos trabalhos, contudo, nem essa verba tem aliviado os clubes da força desta pandemia.

Neste cenário de instabilidade, os clubes pediram para a CBF uma nova ajuda para o futebol feminino, que ainda está em análise.

Das 52 equipes que receberam o auxílio da instituição, apenas 7 realmente destinaram o recurso para as atletas. Os times já foram cobrados pela CBF por isso – apesar de não haver qualquer contrapartida exigida formalmente para garantir que o valor fosse usado para pagamento de salários do futebol feminino.

Muitos clubes alegam que o repasse não foi feito para as jogadoras porque a folha salarial é maior do que o valor doado pela entidade.

Cortes, dispensar e jogadoras sem salário

Sem salário durante o período de isolamento social, jogadoras do Audax, Juventus, Autoesporte-PB, Santos Dumont-SE, Atlético-GO, Sport e Vitória demoraram para receber a ajuda de custo enviada pela CBF que, na maioria dos casos, equivale a R$500 ou R$1mil.

Os maiores times brasileiros, como Corinthians, Internacional e Grêmio, já dispensaram, reduziram salários ou estão em débito com as jogadoras. Dos 16 times que estão no Brasileirão feminino deste ano, pelo menos 6 já sofrem com os efeitos da crise do coronavírus

Na série A2, o Atlético-MG demitiu 5 jogadoras e reduziu salários da comissão técnica do time feminino para cortar gastos. A equipe alega que a ajuda da CBF não cobre dois meses da folha salarial do feminino e diz que todas as categorias sofreram cortes e dispensas por causa da crise.

Já o Atlético-GO repassou a verba da CBF às atletas como ajuda de custo e demitiu quatro atletas. A equipe mantém profissionais sem salário e sem ajuda de custo durante a pandemia.

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