A brasileira Márcia Tafarel é a primeira mulher técnica da Seleção Americana de futsal
Pioneira no futebol nacional, a jogadora defendeu o Brasil na primeira Copa do Mundo Feminina
No mês da mulher, trouxemos a história de mais uma boleira que faz história no esporte e abre portas para o sucesso de outras. Seu nome é Márcia Tafarel, pioneira no futebol brasileiro que defendeu o Brasil na primeira Copa do Mundo em 1991 e na minha Olímpiada com futebol feminino realizada em 1996 em Atlanta.
Agora a lendária jogadora faz história ao assumir como a primeira mulher técnica da Seleção Americana de futsal. Tafarel faz parte de um projeto inaugural do departamento de Seleções Nacionais estendidas da Federação Americana de Futebol, a U.S. Soccer, assumindo um cargo inédito para mulheres.
“Voltei às raízes de quando comecei a ser treinadora. Quando mudei para os EUA voltei a ser treinadora de campo porque o futsal não existia aqui. Tinha aquele pensamento de trazer o futsal para agregar no campo. Todas as meninas que treinei aqui eu sempre colocava nas ligas de futebol de salão que ocorriam durante o inverno. Mas agora também já virei a chave”, contou a técnica e ex-jogadora em entrevista para o GE.
O nome de Tafarel para o cargo aconteceu porque a ex-jogadora teve experiência como técnica de futsal entre os anos de 1997 e 2004 no Brasil, especificamente na Associação Sabesp. Posteriormente foi para os Estados Unidos e começou a participar de atividades do futsal conciliando com as atividades dos times de base que treinou nos Estados Unidos.
Sua ida para a Seleção Americana de futsal coincide com a fundação do time, que aconteceu depois da FIFA anunciar que adicionará uma Copa do Mundo Feminina da modalidade à sua lista de competições internacionais, ainda sem data para acontecer com previsões para meados de 2025.
Com o anúncio, os americanos se viram na obrigação de criarem a seleção para participarem da competição e se manterem competitivos em uma modalidade promissora.
Márcia Tafarel tem 54 anos, é bicampeã da Copa América e foi uma das primeiras jogadoras de futebol da Serra Gaúcha. Iniciou sua carreira logo após o decreto-lei 3.199 (de 14 de abril de 1941) ser revogado, que proibia as mulheres de praticarem todo esporte considerado masculino, o que incluía o futebol. Enfrentou muito preconceito em uma época em que o futebol feminino era pouco difundido.
A técnica se mudou para os Estados Unidos em 2004 e possui licença B para atuar nos EUA. Nos quase 20 anos na América, sempre atuando para o avanço da modalidade e para fomento do futebol entre meninas e mulheres de todas as realidades.
