Lyon é condenado por não pagar salário de jogadora durante a licença maternidade
A decisão tomada pelo tribunal da FIFA é histórica e contribuirá com jogadoras que querem ser mães, mas que ainda enfrentam impasses sobre remuneração e licença
Em decisão inédita do tribunal da FIFA, o time francês Lyon foi condenado a pagar mais de 82 mil euros e 5% de indenização à jogadora islandesa Sara Bjork.
O valor é uma compensação do clube à atleta, já que não foi pago a ela os salários que lhe cabiam durante sua licença-maternidade e pré-natal.
Durante a gestação, Bjork de 32 anos, recebeu apenas uma parte da remuneração, paga pela segurança social francesa, uma espécie de INSS da França, país onde a jogadora morava, trabalhava e contribuia de forma fiscal.
O Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais foi um dos responsáveis pela vitória judicial que durou cerca de um ano e meio e teve uma decisão histórica em favor da jogadora, mulher e gestante.
A gravidez da jogadora foi descoberta em março de 2021, quando Bjork paralisou suas atividades nos gramados para cuidar da gestação e viajou para seu país natal, a Islândia. O bebê, Ragnar, nasceu em dezembro e em janeiro, a atleta se apresentou às atividades do Lyon.
Com o clima já desgastado, desde julho de 2022 a jogadora compete com a camisa do Juventus, atuando como meio-campo do clube italiano e acumulando também o cargo de capitã da Seleção Feminina da Islândia.
“Estou na Juventus e estou feliz, mas quero ter certeza de que ninguém vai passar pelo que eu passei novamente. E que o Lyon saiba que isso não está correto. Não é ‘apenas negócio’. É sobre os meus direitos como trabalhadora, como mulher e como ser humano”, disse a jogadora em entrevista para o The Players Tribune.
Com a condenação do Lyon por não pagar o salário da jogadora durante a licença-maternidade, a expectativa é que a FIFA mude suas normas de forma global quanto ao regulamento do futebol feminino no que diz respeito à gestação das jogadoras.
Atualmente já existe um regulamento que dá garantias às jogadoras grávidas. Contudo, a ideia é que as regras se tornem mais rígidas e a fiscalização sobre a conduta dos clubes mais firme em sua execução ou descumprimento.
Que decisões como essa facilitem a vida de todas as mulheres e jogadoras que, infelizmente, mesmo nos dias de hoje, ainda têm que conviver com a dificuldade e preconceito porque decidiram engravidar.
Lute como uma garota. Jogue como uma mulher!