Futebol Feminino

Casos de abuso sexual no futebol feminino americano

Casos de abuso sexual no futebol feminino americano

O Portland Timbers e o Thorns demitiram nesta semana executivos citados em relatórios de abusos sexuais sistemáticos nos Estados Unidos

Infelizmente as denúncias de abusos – principalmente sexuais – no futebol feminino ainda continuam sendo comuns em todos os países e em diversos times.

Nesta semana um escândalo pegou de surpresa o Portland Timbers (futebol masculino) e o Thorns (futebol feminino) que demitiram executivos citados em um relatório super impactante que detalha abusos sexuais sistemáticos na modalidade.

O presidente de futebol Gavin Wilkinson e o presidente de operações comerciais Mike Golub foram dispensados de suas funções em um comunicado oficial divulgado pelo Portland. O dono do clube, Merritt Paulson também se aposentou de suas funções depois da divulgação do relatório que expôs os casos de abusos.

A denúncia foi liderada pela ex-procuradora geral dos Estados Unidos, Sally Yates. Suas conclusões deram conta que Wilkinson encobriu denúncias sexuais contra o ex-técnico do Thorns, Paul Riley.

Na época das denúncias, Mana Shim, jogadora do clube, alertou o técnico sobre os recorrentes assédios de Riley em e-mails enviados em setembro de 2015.

Riley foi demitido pelo clube da NWSL logo após o e-mail, mas Wilkinson não mencionou as alegações de assédio contra Riley quando o New York Flash entrou em contato com Portland para buscar uma referência sobre o técnico pouco depois. 

Riley passou a ser o treinador de Nova York, que mais tarde foi renomeado como North Carolina Courage depois de se mudar, até ser demitido em setembro passado, depois que acusações contra o treinador foram reveladas em reportagens da mídia americana.  Enquanto isso, Golub também enfrentou acusações de má conduta.

O relatório envolveu um episódio em 2013 envolvendo Cindy Parlow Cone, que era então treinadora dos Thorns e agora é presidente da Federação de Futebol dos Estados Unidos. Parlow Cone relatou que Golub perguntou a ela: “O que está na sua lista de desejos além de dormir comigo?”.

Outras denúncias também detalharam um ambiente de trabalho “tóxico”, supervisionado por Golub, que deixou muitas funcionárias desconfortáveis ou motivadas a se demitirem. As demissões de Wilkinson e Golub ocorrem depois que a capitã dos Estados Unidos, Becky Sauerbrunn, pediu na terça-feira a demissão de funcionários da NWSL que tenham colaborado com abusos ou má condutas de dirigentes em relação às mulheres.

“Todos os proprietários, executivos e dirigentes do futebol americano que falharam repetidamente com jogadoras e falharam em proteger as jogadoras, que se esconderam atrás da lei e não participaram totalmente dessas investigações, devem ir embora”, disse a capitã Sauerbrunn em coletiva de imprensa nesta semana.

Que tenhamos tolerância zero a esses casos de omissão perante aos horrorosos casos de abusos e cada vez menos notícias que relatem os absurdos que mulheres ainda têm que enfrentar.

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