Futebol Feminino

Arábia Saudita quer sediar Copa Feminina de 2035

Arábia Saudita quer sediar Copa Feminina de 2035

Por trás desses planos ambiciosos, surgem controvérsias em relação aos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ no país

Em meio a polêmicas e controvérsias, a Arábia Saudita lançou sua candidatura para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2035. A notícia foi divulgada pela diretora técnica da seleção feminina da Arábia Saudita, Monika Staab, durante um evento de gestão esportiva na região metropolitana de Londres, conforme reportado pela BBC da Inglaterra.

O anúncio da candidatura é um passo significativo para um país que tem investido cada vez mais no futebol, atraindo estrelas internacionais como Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema. Além disso, a Arábia Saudita também aspira receber a Copa do Mundo Masculina de 2034, demonstrando seu comprometimento com o esporte em todas as vertentes.

Por trás desses planos ambiciosos, surgem controvérsias em relação aos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ no país. O investimento maciço no futebol feminino levanta preocupações devido às restrições aos direitos das mulheres e, sobretudo, à falta de direitos da comunidade LGBTQIA+ na Arábia Saudita.

Em fevereiro deste ano, a comunidade internacional do futebol feminino manifestou seu descontentamento em relação à possibilidade de a autoridade turística da Arábia Saudita se juntar aos patrocinadores da Copa do Mundo Feminina de 2023, realizada na Nova Zelândia e na Austrália durante os meses de julho e agosto. Diante da pressão e das críticas contundentes, a ideia foi rapidamente descartada.

Enquanto a Arábia Saudita almeja brilhar nos campos de futebol feminino, a comunidade internacional e os defensores dos direitos humanos estão de olho nas questões de igualdade de gênero e diversidade que cercam esses planos ambiciosos. A candidatura do país para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2035 abre um debate crucial sobre como equilibrar o amor pelo esporte com o respeito pelos direitos fundamentais de todos.

Mulheres na Arábia Saudita

1. Até junho de 2018, as mulheres sauditas não tinham permissão para dirigir;

2. A custódia dos filhos após um divórcio geralmente é concedida automaticamente aos pais, o que pode limitar os direitos das mães;

3. Até 2019, as mulheres precisavam da permissão de um guardião masculino, como um pai ou marido, para viajar ou trabalhar;

4. As mulheres eram obrigadas a seguir um código de vestimenta estrito que incluía o uso do abaya (um manto longo) em locais públicos. A obrigatoriedade caiu em 2019.

Comunidade LGBTQIA+ na Arábia Saudita

A Arábia Saudita é um dos seis países do mundo que prevê pena de morte para atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo, com execuções frequentes. A homossexualidade ainda é ilegal no país, e a comunidade LGBTQIA+ enfrenta séria discriminação e perseguição. As punições incluem multas, prisão e até pena de morte.

Nos últimos anos a Arábia Saudita tem feito esforços para reformar políticas para mulheres e LGBTQIA+ , incluindo a concessão de mais liberdades às mulheres, promovendo o entretenimento e o turismo e buscando uma imagem mais aberta e inclusiva internacionalmente.

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