Futebol Feminino

Ainda não acabou! O impacto do coronavírus no futebol feminino

Ainda não acabou! O impacto do coronavírus no futebol feminino

Com quase 1 ano de pandemia, muitas mortes e instabilidade no retorno aos gramados, o texto de hoje analisa como a COVID-19 têm impactado a mobilidade

Quando o coronavírus surgiu em Wuhan na China em meados de 2019, o mundo não poderia imaginar o quanto a pandemia impactaria na vida de todos. Até o futebol – a maior alegria e paixão nacional – foi ofuscado pela crueldade da Covid-19, que já matou milhares e há mais de um ano virou de cabeça para baixo nossas vidas.

Se o esporte e todas as áreas foram prejudicados pela pandemia, o futebol feminino foi ainda mais. A categoria depende fortemente de torneios internacionais para ganhar visibilidade e consequentemente, patrocinadores. Nesse sentido, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tókio foi um forte golpe nos avanços da modalidade.

“Como qualquer pessoa que se interessa por futebol em geral e futebol feminino em particular, nós estamos realmente preocupadas com o que pode acontecer. Nesse momento, não basta dizer “ok, vamos investir no futebol feminino o mesmo (que no masculino)”, o que não é nem de longe a realidade. Tem que ser mais, o futebol feminino precisa de apoio extra, porque as estruturas são fracas e não uma base”, afirmou Alexandra Gómez Bruinewoud, conselheira jurídica do FIFPro, sindicado mundial de jogadores de futebol, sobre a situação preocupante das boleiras.

Pesquisa feita recentemente pela FIFPro, organização responsável por representar atletas em todo o mundo, mostrou o impacto contínuo da Covid-19 no futebol feminino.

Jogadoras de 62 países participaram do estudo que apontou dados alarmantes. Em 47% dos países pesquisados, as jogadoras tiveram seus salários cortados ou suspensos durante a pandemia.

Já as atletas que não receberam suporte de saúde mental ou física neste período de enfrentamento à COVID-19, somam 40%. Números preocupantes para a modalidade.

Não bastasse o cenário assustador e mortal ocasionado pela doença, o futebol feminino ainda está sendo obrigado a conviver com a falta de responsabilidade de alguns clubes com as jogadoras. A CBF distribuiu R$ 3,7 milhões aos 52 times do Brasileiro feminino, mas a maioria dos dirigentes não transferiu o pagamento para as atletas.

O resultado? Demissões no Brasil inteiro e retrocesso na categoria que caminhava para a igualdade de visibilidade e de ganhos que para o futebol masculino já é uma realidade.

Além dos fatores econômicos, times inteiros foram acometidos por jogadoras contaminadas pelo vírus, sem contar a instabilidade dos torneios por conta dos necessários fechamentos para conter a doença.

2020 e 2021 têm sido anos desafiadores para o futebol feminino e para a humanidade. Que não esqueçamos que ainda não acabou. O coronavírus continua mais próximo do que imaginamos, levando vidas, economias, sonhos e avanços.

Só não podemos permitir é que ele leve também nossa esperança que o melhor vai acontecer e que não vai demorar.

Se cuidem, usem máscara e álcool em gel, façam distanciamento social e não esqueçam que quando a gente joga junto, a gente conquista junto. E isso também vale para o combate ao coronavírus.

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