Futebol Feminino

Futebol feminino de base, uma promessa para o avanço da categoria

Futebol feminino de base, uma promessa para o avanço da categoria

Com tantos tabus envolvendo a prática de futebol por mulheres, é preciso debater com prioridade, mecanismos de incentivo e valorização às mulheres no esporte desde cedo

Apesar da primeira partida de futebol feminino ter sido realizada em 1898, entre Inglaterra e Escócia, somente em 1996 a modalidade se tornou oficialmente um esporte olímpico.

Mesmo em um cenário pouco favorável, o futebol de mulheres no Brasil revelou craques como Marta, Cristiane, Formiga, Sissi e entre outras grandes jogadoras. Contudo, para que continuamos sendo um dos maiores seleiros de talentos na categoria, é necessário investir e fortalecer as categorias de base.

O assunto já é antigo, mas até que as autoridades que comandam o futebol brasileiro tomem providências, é sempre uma pauta muito necessária.

Em 2007, na Copa do Mundo de Futebol Feminino, na China, quando ainda o futebol feminino não havia ganhado o interesse da grande mídia, as brasileiras, vice-campeãs naquele ano, discursaram sobre a importância de investimentos nas categorias de base para o avanço da modalidade.

Mesmo 13 anos depois, a CBF não tem consistentes trabalhos para a formação de atletas desde cedo. Para formar as seleções de base, a entidade promove algumas seletivas, reúne as jogadoras por um breve período na Granja Comary, no Rio de Janeiro e partem para as competições internacionais. Tudo sem muito preparo, nem os treinamentos necessários e comuns a qualquer esporte.

Atualmente, a CBF tem categorias sub-17 e sub-20. Em poucos estados como São Paulo, existem divisões juvenis e juniores, o que seria ideal para todo o Brasil, afinal, um país que respira futebol masculino, também deveria se importar com o feminino.

Com o futebol feminino sem um calendário unificado e nacional, quem joga na base passa parte do ano sem ter jogos oficiais e competitivos. Mais uma dificuldade para desenvolver um futebol de alto nível.

Os exemplos são inúmeros sobre a importância do futebol de base ter atenção e ser reconhecido desde sempre. Com uma analogia simples, quanto antes você começa a andar de bicicleta, melhor você fica.

Com o futebol feminino não é diferente. Se queremos deixar de lado definitivamente o preconceito e os estigmas que envolvem o futebol feminino, não adianta focarmos nas campanhas publicitárias se o mais importante não está sendo feito: dar sustentação para a base da categoria, aquela que forma, que ensina, que lapida e que dribla as dificuldades e os desafios que todo jovem atleta enfrenta.

Investir no futebol de base é garantir um futuro promissor para a categoria e para todas que amam fazer arte com os pés.

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