Futebol Feminino

A história da Copa do Mundo de futebol feminino

A história da Copa do Mundo de futebol feminino

Muito mais do que um torneio, a competição se tornou uma ferramenta de igualdade no esporte e tem sido símbolo de empoderamento e força para atletas de todo o mundo

Pode parecer inacreditável, mas não é: a primeira Copa do Mundo de futebol feminino só aconteceu há 30 anos, em 1991, na China. Mas o que pouca gente sabe é que no início do século 20, em torno dos anos 20 e 30, era um tempo de pluralidade e zero preconceito com mulheres em campo.

O icônico time Dick Kerr Ladies, levava multidões aos estádios da Inglaterra, era uma alegria no pós-guerra, mas não demorou para se tornar também a “pedra no sapato” do futebol masculino.

Logo, mulheres foram proibidas pela Football Association de jogar futebol, que na época argumentou que a “modalidade era inadequada para o sexo feminino e que não deveria ser encorajada”.

Só cinco décadas mais tarde, em 1971, teve início o que parecia um esboço da Copa do Mundo de futebol feminino. A Federação Italiana criou o Mundial Rossi Martini sem qualquer apoio da FIFA. A partir daí, outras iniciativas autônomas começaram a acontecer em diversos continentes, como o Mundial Azteca e o Mundialitos. Projetos que demonstravam para o mundo e para a FIFA, a necessidade de uma competição internacional que mostrasse o talento das mulheres em campo.

Nos anos 80, finalmente a Federação começou a pensar em algo similar ao futebol masculino e realizou o Torneio Experimental, também conhecido como Torneio dos Convidados. O formato foi igual ao usado na 1ª Copa do Mundo de futebol feminino e a campeã foi a Noruega com o Brasil alcançando o 3º lugar.

A competição experimental deu tão certo que a FIFA resolveu estabelecer a partir de 1991, a realização da Copa do Mundo de futebol feminino com a mesma frequência e regras do masculino.

Uma das curiosidades é que no início do torneio, os jogos tinham 80 minutos e não 90, porque a organização achava que as jogadoras pudessem se desgastar muito. Além disso, as boleiras não tinham uniformes destinados às mulheres, tinham que usar os shorts e camisas dos homens, que obviamente, ficavam enormes para as atletas.

A última Copa do Mundo na França, em 2019, revolucionou em investimentos, patrocínios e visibilidade. Uma esperança de que a cada edição, o campeonato seja instrumento de empoderamento e força para a categoria.

Aguardamos ansiosos as definições para 2023 na certeza que mais tabus serão quebrados e muitos avanços chegarão para a modalidade. Muito mais do que um torneio, a Copa do Mundo é o lembrete para o mundo que o futebol é para todos, não importa o gênero, a cor, credo ou país.

Raio-X da 1ª Copa do Mundo

País-sede – China

Campeã – EUA

Vice – Noruega

3º lugar – Suécia

4º lugar – Alemanha

Artilheira e Chuteira de Ouro – Michelle Akers (EUA) 10 gols

Bola de Ouro – Carin Jennings (EUA)

Prêmio FIFA Fair Play – Alemanha

Maior goleada – Suécia 8 x 0 Japão

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